Como muitos já sabem, eu sou instrutora de Yoga, e nas minhas aulas de Hatha é muito interessante ver como as pessoas se comportam quando proponho uma postura de equilíbrio.

Pode parecer simples permanecer com um dos pés suspenso do chão, mas não é. E quando os alunos iniciantes percebem isso, ficam surpresos. É muito comum que eles fiquem visivelmente frustrados com o fato de não conseguirem se estabilizar. Eles franzem a testa, bufam, ralham consigo mesmos, e quando não agem assim, geralmente têm uma crise de riso nervoso.

Eu procuro enfatizar que é necessário que sejam gentis com eles mesmos nesse momento. Afinal, sempre que nos propomos a realizar algo novo, algo que não executamos no nosso dia a dia, o cérebro exige um tempo para processar.

Além disso, são muitos os fatores que podem favorecer ou desfavorecer o equilíbrio: posição do pé, do joelho, do quadril, do tronco e da cabeça, olhar, respiração, (des)concentração…

Por esse motivo o exercício de equilíbrio começa sempre com a auto-observação, etapa que, quase sempre, os alunos preferem pular. Eles estão ansiosos para se verem executando perfeitamente o ásana (postura)! Não percebem que o benefício da prática das posturas de equilíbrio está muito mais no processo que está acontecendo, já na tentativa de equilibrar-se, muito mais do que quando se alcança a postura final.

E não é que é assim também com a nossa vida?

Quantas vezes banalizamos o momento presente, investindo energia apenas na produção de pensamentos do tipo “quando eu conseguir tal coisa…”, “quando eu chegar lá…”?

Se pararmos para pensar, a riqueza da vida está muito mais no caminho que percorremos. O curto momento em que alcançamos um objetivo é apenas o resultado das nossas pequenas vitórias somadas.

E o equilíbrio?

Bem, sabemos que até o objeto mais estático é composto por partículas que se movem constantemente. Portanto, acredite, não há nada de errado na oscilação! Como disse Albert Einstein: “A vida é igual andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento.”.

Namastê!